Com base em dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), via módulo de Turismo da PNAD (Turismo da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), 80,9% das viagens realizadas no Brasil ocorrem dentro da própria região do viajante.
Em 35,3% das vezes, o brasileiro partiu e teve como destino o Sudeste, a mais populosa do país, seguida pelo Nordeste (23,8%) e pelo Sul (17,4%). A mesma sequência se manteve em relação ao destino da viagem: Sudeste (41,2%), Nordeste (27,4%) e Sul (17,6%).
Outro dado apontado pela pesquisa foi o meio de transporte nas viagens. Em 2024, o carro particular ou de empresa (50,7%) foram os principais meios de locomoção, seguido por avião (14,7%) e ônibus de linha (11,9%).
Viagens para a mesma região
Esse cenário reforça o papel cada vez mais estratégico do transporte rodoviário para o desenvolvimento do turismo intrarregional, onde ônibus conectam cidades vizinhas, polos turísticos emergentes e destinos fora do eixo tradicional.
Mais do que uma ligação interestadual, como entre o Rio de Janeiro e São Paulo, por exemplo, esse tipo de turismo tem desdobramentos para cidades menores, com efeitos em outros setores, como hotelaria, alimentação, comércio e serviços locais.
"A vocação do transporte rodoviário vai muito além de deslocamento. Ele conecta pessoas, regiões e oportunidades. Quando falamos do turismo regular intrarregional, estamos falando também de geração de renda, inclusão territorial e desenvolvimento integrado", afirma Gustavo Rodrigues, CEO do Grupo JCA, holding brasileira responsável por empresas como Cometa, 1001 e Catarinense.
Rodrigues reforça que a demanda reflete um comportamento do viajante mais conectado com a proximidade.
"O turismo regional ganhou protagonismo nos últimos anos, e o transporte rodoviário regular é o modal que garante capilaridade, previsibilidade e alcance real do território. Em muitos trechos, é a única forma de chegar com conforto, segurança e frequência", explica.
A pesquisa revelou também que viajar no Brasil está mais caro e que apenas 19,3% dos brasileiros fazem turismo.
Em 2024, a proporção de domicílios em que pelo menos um morador declarou ter viajado foi de 19,3%, uma queda de 0,5%, com relação ao ano anterior. Já em 2020, em plena pandemia de Covid-19, o número foi de 13,9%.
Cerca de 85,5% das viagens citadas (44,6% para sol e praia) foram realizadas com finalidade pessoal, cujo principal motivo foi o lazer, representando 39,8% delas, seguido por visita ou evento de familiares e amigos (32,2%). As viagens com finalidade profissional representam 14,5%, sendo que 82,7% delas eram para negócio ou trabalho e 11,8% eventos e cursos para desenvolvimento profissional.
Com relação aos gastos com pernoite, em 2024, foram registrados R$ 22,8 bilhões, um aumento de 11,7%, em relação a 2023. O maior aumento dos gastos foi em famílias com rendimentos de meio a menos de 1 salário mínimo (8,7%).